100 páginas muito inquietantes. Assim posso traduzir a  leitura do pequeno livro “Da bauhaus ao Nosso Caus“, escrito pelo jornalista norte-americamo Tom Wolfe. O escritor não mede suas palavras para maldizer os arquitetos em geral e especificamente nos formados pelo viés da Bauhaus, Corbusier, Mies Van der Rohe, etc. Justamente as maiores influências da geração passada, os arquitetos da chamada escola de Arquitetura Moderna.

Tom Wolfe analisa o produto arquitetônico da geração americana que foi engolfada pela cruel influência (palavras dele) dos arquitetos europeus que migraram pros EUA pouco antes da 2a Guerra Mundial. Chamando de “redutos”, os bolsões do pensar a Arquitetura e impor seus desígnios.

Wolfe insiste que a escola alemã foi a responsável pela uniformização arquitetônica que fez das metrópoles americanas e asiáticas enfadonhas réplicas do modelo europeu bauhausiano. Segundo ele, por causa do primeiro mandamento da Bauhaus – “forma segue a função” -, toda a ornamentação externa dos edifícios desapareceu. Como consequência, diz, o chamado “estilo internacional”, funcionalista, só pode ser apreciado por arquitetos, e não pelos operários que constroem esses prédios, contrariando a filosofia da escola de Gropius, que pregou a democratização e o acesso da boa arquitetura a todas as categorias sociais, até ser fechada pelos nazistas em 1933, acusada de ser um antro de comunistas.

Apesar de todo o exagero, do xenofobismo – a inequívoca posição americana-contra-tudo-que-vem-de-fora, de uma incômoda aversão aos padrões da tal Arquitetura Moderna e suas “caixas de vidro” – e algumas inverdades e enfatizações para fortalecer/forjar seus pontos de vista, valeu a pena ler.

Como caloura de Arquitetura e Urbanismo, ainda falta muito conhecimento em história da arquitetura , e em especial arquitetura moderna.Ver todo o movimento por outro ângulo me tornou mais crítica em realação à essa escola.

É uma leitura rapida que vale bastante  a pena!